Nome: Clarice
Moro: Rio de Janeiro, Brasil


Blogs de Amigos

Renata
Strange Dejavu
Pablo
Lumineux Noir
Kaze no Himitsu
Omnivemus
Caos
Fluxos Mentais
A Bicicleta do Sapo
Cinesensus
Instantes Biológicos
Ricardo (Goiaba)
Biodiálogo
Citosfera
Mariana


falou tá falado
R.I.P
pensamentos de bar
the black
inerte
.Hystrichognathi.
zzzz
.traveling.
14/8
.Sharing.
abril 2006
agosto 2006
setembro 2006
outubro 2006
novembro 2006
dezembro 2006
janeiro 2007
fevereiro 2007
março 2007
abril 2007
junho 2007
agosto 2007
setembro 2007
novembro 2007
agosto 2008
setembro 2008
outubro 2008
dezembro 2008
fevereiro 2009
março 2009
abril 2009
junho 2009
julho 2009
agosto 2009
outubro 2009
fevereiro 2010


Powered by Blogger


Créditos

Template by

&

Foto by


quarta-feira, agosto 02, 2006

“Ademais, o que significavam todos esses, todos os suplícios do passado? Tudo, até o crime dele , até a condenação e o exílio, agora, no primeiro impulso, pareciam-lhe algum fato externo estranho, até como se não tivesse acontecido com ele. Aliás, nessa noite ele não conseguia pensar de forma demorada e constante em nada; demais, agora ele não resolveria nada de modo consciente, apenas sentia. A dialética dera lugar à vida, e na consciência devia elaborar-se algo inteiramente diferente.”
Um tijolo caiu na minha cabeça. Um tijolo chamado Crime e Castigo. Nesse momento eu queria sentar numa taberna e tomar um chá com Dostoiévski, porque eu teria muitas coisas a perguntar...
“E a confusão, Clarice?”
Já faz muito tempo ela está aí.... Não consigo transformar minhas ações em palavras, reunir meus pensamentos num papel ou mesmo em fala. É sabido que eu não sou muito de falar da vida... mas isso sempre foi assim, nunca foi um problema; afinal, não falar da vida não significa deixar de vive-la, ou de compreende-la. Mas ultimamente tudo me parece indiferente. Parece.
Pior é saber que não é, saber que estou passando por uma intrincada teia de arames farpados e me arranhando aos poucos, sem notar e sem dar muita importância ao fato. Será que vou sangrar até o final?
Estava rumando para me transformar numa espectadora da minha própria vida. E eis que surge ele. Raskólnikov.
Raskólnikov era um jovem muito confuso, que se perdeu nas próprias teorias e abstrações, culminando num crime um tanto quanto impulsivo e mal planejado. Isso só piorou o estado débil em que se encontrava, e ele ficou ainda mais imerso em seus delírios e pensamentos desconexos. Seu discurso foi perdendo a coerência, ele começava a se trair, vagava pela cidade falando sozinho, espalhando aos ventos suas conjecturas mais profundas.
Já não é a primeira vez que o tio Dasta me mostra alguns defeitos que podem ser fatais, sempre desse modo dramático e impactante característico, mas que surte resultado imediato. Pois é. Foi instantânea a conclusão que eu tirei quando fechei o livro pela última vez. Preciso escrever. Onde está a catedral?
Então, caros visitantes, escondida ou não, essa catedral há de ressurgir. Precisei de algum tempo afastada para entender o verdadeiro significado dela, mas valeu a pena. Voltei com a fé renovada.
Por último, peço desculpas pelo post confuso... embora segundo as minhas memórias meus posts sempre tenham sido confusos, a falta do exercício da escrita fez com que esse esteja ainda um pouco mais do que o normal. E mais um pedido de perdão aos que não compreenderam minha lógica ilógica, mas eu não me sinto em condições de explica-la, e não sinto que teriam vontade de compreende-la de qualquer modo.
Esta que vos escreve se despede, e anuncia que pretende manter as portas da catedral abertas por tanto tempo quanto for possível, e agradece a compreensão.
.

Enviado por Clarice às 21:37 horas.
|