.A coisa mais útil das três que um homem deve fazer na vida certamente é plantar uma árvore (tomando-se o devido cuidado de não plantar uma espécie invasora, e eucaliptos são proibidos!).
.Filhos; o mundo já tem muitos, e livros: já foram mais úteis.
.Livros já foram jóias raras, manufaturadas com todo o cuidado e guardadas com mais cuidado ainda. Apenas os bons autores conseguiam que suas obras rendessem diversas tiragens.
.Atualmente os livros são reproduzidos, traduzidos e distribuídos aos milhões, e qualquer cachorro se torna tema de um best-seller. Pessoas cada vez mais superficiais precisam de histórias cada vez mais leves para passar o tempo de suas “complicadas” vidas. Pessoas cada vez mais “politizadas” compram seus livros escritos às pressas sobre a polêmica momentânea para virar a última página e se sentirem informados e conscientes.
.Entrar em uma livraria é como entrar em uma feira: olhar diversas bancas e comprar os tomates mais vistosos. E assim como os produtores de tomate, os escritores modernos não se conhecem entre si, conversam ou trocam correspondências; afinal, são tantos no mundo que seria impossível conhecerem as obras de todos os seus companheiros. Aliás, seria impossível conhecer sequer as contracapas das obras de todos os seus companheiros.
.Livros demais no mundo, gente demais no mundo. Para que publicar um livro então? Conformo-me com aqueles das épocas em que os autores ainda eram pessoas.
Enviado por Clarice às
18:24 horas.
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