.Como foi doce acreditar, mesmo que por um breve intervalo dos meus 21 anos, que as rosas não possuem espinhos. Eu sempre me considerei cética, porém parece que o prazo de validade do meu ceticismo expirou. Uma pena, porque não consigo mais encontrar outro modelo igual. E não sei mais o que me serve melhor, o ceticismo ou a fé.
.Embora abraçar a fé signifique uma vida corajosa e honrada, ela traz consigo os sacrifícios e sofrimentos que podem ser vistos nos olhos de qualquer religioso fiel. Afinal, a fé compreende ideais e valores a serem seguidos cegamente, e eu me recuso a abandonar minha racionalidade.
.Ainda assim, o ceticismo, de braços dados com a racionalidade, nada promete. Uma vida plana e fastidiosa, isso sim.
.Certa vez, em uma conversa despretensiosa, questionei se era possível ser racional em todos os aspectos da vida. E a resposta que recebi foi um amargo e desfocado: “Você aprende que é possível, sim...”.
.Agora entendo o “aprende” contido na resposta. Aprende-se a desviar dos espinhos das rosas, mesmo que isso signifique não cheirá-las de perto.
Enviado por Clarice às
22:57 horas.
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